22 maio 2009


(Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, Brasil, 2008). Mó no pa trô pi. Cantava Wilson Simonal pelos palcos brasileiros numa empolgação contagiante, hoje infelizmente restrita à nossa geração por documentários como este. Os diretores Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal conhecem a importância de deixar as gravações de arquivo passar integralmente. Nenhum espectador se sentiria satisfeito se a apresentação com a cantora Sara Vaughan,por exemplo, fosse interrompida num corte para dar espaço a depoimentos. O que não significa que eles não apareçam naqueles velhos moldes que já conhecemos.

É um documentário necessário. Assistir Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei nos faz ter ideia do que representava o cantor negro e enriquecido pela música no cenário dos festivais e dos programas de auditório dos anos 50. E num estilo que dialoga com modelos de reportagem investigativa, o filme apresenta o episódio que afastou Wilson das telas com a consequente repulsa da mídia e do público.

De Chico Anysio a Pelé, as aspas aparecem apaixonadas em meio àquele mundo das imagens de arquivo. Wilson, cantor de composições de Carlos Imperial, principalmente, esbanjava sucesso provindo de carisma e do modo como interagia com a plateia. Bom filme pelo resgate de sua história. Nós cá na poltrona não resistimos a balançar os pés.

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