(Moscou, Brasil, 2009). Eduardo Coutinho vem instaurando um cinema de obras sequenciais de aprofundamento, sobre um tema que sempre tratou com minucioso cuidado: a união entre real e ficção. Dissociação desses dois? Não! Cada vez fica mais claro que são complementos entre si. É justamente essa associação que provoca as problematizações apresentadas em Jogo de Cena e agora em Moscou. O filme faz, mais do que dialogar com o de 2006, destrinchar resquícios para a abertura do tema: é esse o maior mérito. Com Moscou nem o próprio Coutinho consegue superar Jogo de Cena, só estender.
Na cabeceira da mesa temos Coutinho e o diretor teatral Enrique Diaz em gestos de convite aos atores do Teatro Galpão, para a leitura do texto da peça 'As Três Irmãs', de Tchekov. São cenas enquadradas a bem dos significados, provindos de interpretações em um espaço cênico vazio. As encenações extrapolam os sentidos da peça de Tchekov, deixando 'As Três Irmãs' como história secundária à intenção de Coutinho em questionar a verdade, a partir da sublinha, da conotação metalinguística. As câmeras aparecem, sim, e qual o problema se o jogo está mais do que aberto em um palco?
O filme é causador de um fluxo constante de interrogações que dialogam com a obra-prima que antecede a este que lhes rendeu mais de quatrocentas horas de gravação. Seleção e edição cruciais. E é exatamente por não estar falando somente de formas, mas de significados, que a obra Arca Russa (Alexander Sokurov, 2002) e Moscou se aproximam quanto à experimentação de sobreposição e fluidez de cenas. Daqui a alguns minutos, perpassarão mais alguns experimentais...
Fora isso, a adaptação da peça para um texto que caiba nas bocas e nos tipos dos atores nos traz uma universalidade às avessas, a exemplo de cenas com atores cantando música de Roberto Carlos e hino de Divinópolis.
Mais uma vez temos não só personagens: somos contemplados com rostos, pessoas, histórias, vida. Cada início e fim nos remetem a essa constatação. A saber, o fim de cada cena é um corte desrepeitoso à continuidade, mas carregado de energia para o próximo exercício, para até depois do último minuto de filme, anunciado pela voz impestuosa do diretor. É um filme interessante, sem muito para ser superestimado.
Na cabeceira da mesa temos Coutinho e o diretor teatral Enrique Diaz em gestos de convite aos atores do Teatro Galpão, para a leitura do texto da peça 'As Três Irmãs', de Tchekov. São cenas enquadradas a bem dos significados, provindos de interpretações em um espaço cênico vazio. As encenações extrapolam os sentidos da peça de Tchekov, deixando 'As Três Irmãs' como história secundária à intenção de Coutinho em questionar a verdade, a partir da sublinha, da conotação metalinguística. As câmeras aparecem, sim, e qual o problema se o jogo está mais do que aberto em um palco?
O filme é causador de um fluxo constante de interrogações que dialogam com a obra-prima que antecede a este que lhes rendeu mais de quatrocentas horas de gravação. Seleção e edição cruciais. E é exatamente por não estar falando somente de formas, mas de significados, que a obra Arca Russa (Alexander Sokurov, 2002) e Moscou se aproximam quanto à experimentação de sobreposição e fluidez de cenas. Daqui a alguns minutos, perpassarão mais alguns experimentais...
Fora isso, a adaptação da peça para um texto que caiba nas bocas e nos tipos dos atores nos traz uma universalidade às avessas, a exemplo de cenas com atores cantando música de Roberto Carlos e hino de Divinópolis.
Mais uma vez temos não só personagens: somos contemplados com rostos, pessoas, histórias, vida. Cada início e fim nos remetem a essa constatação. A saber, o fim de cada cena é um corte desrepeitoso à continuidade, mas carregado de energia para o próximo exercício, para até depois do último minuto de filme, anunciado pela voz impestuosa do diretor. É um filme interessante, sem muito para ser superestimado.
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