(Okuribito, Japão, 2008). Esperava seriedade, silêncio e lentidão até assistir à mesclagem de Yojiro Takita de dramas pessoais com cenas rasas de comédia em A Partida. O filme tem um toque realista distinto dos clássicos orientais, mas semelhante ao de muitos filmes que trabalham explorando a emoção. O personagem principal perde o emprego na orquestra em que toca violoncelo, procura outro nos classificados do jornal e acaba na atividade de embalsamador de defuntos. Essa é uma das várias tramas em paralelo: tem no mínimo três eixos subjetivos, que se dividem em flash backs e tiradas cômicas. Também acho que há uma perda de foco ao lançar mão de numerosas cenas de corpos sendo embalsamados. Quase um curso ao espectador. Melodioso (falei no violoncelo, não falei?), é repetitivo até nos créditos, quando o curso continua.
O crítico pode tentar esclarecer a pergunta de como e porquê os filmes são feitos de determinada maneira, diligenciando colocar as suas interpretações onde lhe for possível.
Penelope Houston em O Cinema Contemporâneo, 1963.
Disse Berenice
Não acabem com o mundo todo: às próximas gerações deixem as fitas, os livros, os quadros, as músicas, até os rascunhos, e tudo mais que tenha saído da mente humana para representar os momentos de glória, inglória, num estímulo à provocação de catarses. Atribua a estes herdeiros, desse modo, o trabalho de decifrar os tempos e os pensamentos: suas interpretações renderão a continuidade das artes. E se isso não convence a muitos quanto à importância, é chegada a hora de procurar uma saída para impedir o fim dos sentimentos.
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