22 agosto 2009


(O Contador de Histórias, Brasil, 2009). Uma boa dose de lirismo extraída de uma história baseada em fatos reais. Mas de que realidade estamos falando? Se for externa ao filme, sabemos o quão grave é o sistema da Febem. Agora, que tipo de consistência Luiz Villaça dá à trama de uma pedagoga francesa que vem ao Brasil fazer uma pesquisa sobre essa realidade, e que encontra um menino para objeto de estudo e acaba o adotando? É engraçado. É engraçado? Há persistência em arrancar de nós, espectadores, risadas ou provocar encantamento a partir de moralismos bobos, e fica nisso: uma biografia contada pelos percalços, que chega ao final feliz da superação. Fatos reais, eu sei. Mas falo de modos.

E as atuações... um elenco que representa muito mais do que interpreta. Que tipo de emoção tem uma cena de assalto feita por um ator que externa amadorismo? Direção de atuação em baixa. Cenas que não convencem mesmo. Mas sabe quando o todo se salva por uma parte e os 'com ressalvas' e 'há exceções' acabam sendo as expressões-chaves para se bufar ao fim do filme? Pois então, O Contador de Histórias se enquadra nessa, porque é um filme assistido com brevíssimos aplausos – a interpretação de Maria de Medeiros é a principal responsável por isso -, mas com muitos incômodos.

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