(Lula, O Filho do Brasil, Brasil, 2009). Me chama a atenção a forma como críticos têm lidado com o estado de saúde do diretor e suas opiniões em relação ao longa: anunciam-se em tom culposo antes de exporem avaliações negativas. Assim, penso em que tipo de relação se pretende criar com os que estão vivos. Agora, quanto ao burburinho sobre Lula, O Filho do Brasil, mais do que compreensível havê-lo antes da estreia e, sim, mesmo antes do acidente.
Sabemos, pois, ou deveríamos saber, o quão rica é a vivência e relevância histórica de Lula a ser explorada como elementos sujeitos. Porém, no filme de Fábio de Barreto, o personagem do presidente pernambucano fica extretamente aquém do mínimo esperado. O filme mostra o nascimento do engajamento político de Lula como modo de atender basicamente aos seus interesses pessoais. O disfarçado aprofundamento na vida sindicalista de Lula aparece somente em cenas de palanque.
Ademais, momentos mais intimistas destacam sua mãe, interpretada por Glória Pires. Seus conselhos e força para lutar reforçam o disfarce. Superficial em se tratando de quem é. Apelativo, pela forma. O drama com final emocionante, aqui, perde o valor se tudo o que menos se atém é à memória. E se este ainda é um dos poderes da arte do cinema, Lula, O Filho do Brasil está distante demais de alcançar seu objetivo de virar referencial.
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