(Sherlock Holmes, EUA, Inglaterra, Austrália, 2009). Transformar o clássico personagem inglês num ágil aventureiro não foi uma opção acertada de Guy Ricthie. Sherlock Holmes claramente tenta fisgar o espectador com cenas de ação. Lutas, quedas em iminência e fugas fazem o filme ficar desatento a uma velha fórmula que poderia torná-lo muito mais interessante: captar o espectador como testemunha simultânea das descobertas do detetive ou, ao menos, dar pistas para que a sessão não seja uma mera observação do desvendamento final de casos por parte de Sherlock. Criar suspense, sabe? Ignora a inteligência, em prol da sobressaltante esperteza do personagem, e não dá chances à interatividade: chato.
O crítico pode tentar esclarecer a pergunta de como e porquê os filmes são feitos de determinada maneira, diligenciando colocar as suas interpretações onde lhe for possível.
Penelope Houston em O Cinema Contemporâneo, 1963.
Disse Berenice
Não acabem com o mundo todo: às próximas gerações deixem as fitas, os livros, os quadros, as músicas, até os rascunhos, e tudo mais que tenha saído da mente humana para representar os momentos de glória, inglória, num estímulo à provocação de catarses. Atribua a estes herdeiros, desse modo, o trabalho de decifrar os tempos e os pensamentos: suas interpretações renderão a continuidade das artes. E se isso não convence a muitos quanto à importância, é chegada a hora de procurar uma saída para impedir o fim dos sentimentos.
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