(Up in the Air, EUA, 2009). Em Amor sem Escalas, a história é só um pano de fundo para Reitman trabalhar aflições e contradições dos personagens. Todos buscam a felicidade, tanto no campo profissional, como no amoroso. Os mesmos campos da vida de Ryan serão perturbados por duas mulheres. Clooney mais uma vez dá as caras como um solteiro convicto, mas Alex (Vera Farmiga), o desestabiliza da pose de intocável pelo amor. E Anna Kendrick, em ótima atuação, faz o mesmo, mas quanto ao seu trabalho como executivo que faz demissões como serviço terceirizado por empresas de todos os EUA. Por isso seu lar é o ar.
Particularmente, não aprecio os trabalhos de Jason Reitman. Porém, confesso que, no bom sentido, o diretor me incomoda, por sugerir uma boa dominação de cenas por sua direção fluida e dinâmica. Mas sua tendência em utilizar a inteligência e sagacidade dos personagens como elementos para torná-los anti-heróis carismáticos cria a dúvida: se hoje seus filmes ganham reconhecimento por concessões como essa ou se Reitman nessa ação se encerra - não capaz o suficiente para passar de um simples diretor de comédias ágeis, calcadas em diálogos, paralelizando tenuamente dramas mornos. Amor sem Escalas reafirma essas características e endossa a questão.
O crítico pode tentar esclarecer a pergunta de como e porquê os filmes são feitos de determinada maneira, diligenciando colocar as suas interpretações onde lhe for possível.
Penelope Houston em O Cinema Contemporâneo, 1963.
Disse Berenice
Não acabem com o mundo todo: às próximas gerações deixem as fitas, os livros, os quadros, as músicas, até os rascunhos, e tudo mais que tenha saído da mente humana para representar os momentos de glória, inglória, num estímulo à provocação de catarses. Atribua a estes herdeiros, desse modo, o trabalho de decifrar os tempos e os pensamentos: suas interpretações renderão a continuidade das artes. E se isso não convence a muitos quanto à importância, é chegada a hora de procurar uma saída para impedir o fim dos sentimentos.
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